Como Estudar Melhor e Aprender Mais Rápido
Aprender a estudar melhor é sem dúvidas um grande desafio!
Todos nós, em algum momento de nossas vidas, já nos deparamos com alguma situação em que tivemos que nos preparar para algum tipo de prova com muito pouco tempo para estudar melhor.
É muito comum em casos assim que a pessoa tente desesperadamente aprender mais rápido e comece a estudar alucinadamente. E aí no dia seguinte percebe que já não se lembra de praticamente nada do que estudou.
Se você já passou por uma situação dessas sabe como isso é frustrante, concorda comigo?
Seja em um teste na faculdade que você havia esquecido, ou até mesmo um concurso que você só soube da existência quando faltava pouco tempo para a prova, são em situações assim em que uma técnica de estudo adequada pode fazer toda a diferença na sua preparação.
A Leitura Dinâmica é algo que ajuda bastante, mas não resolve tudo. Por isso, neste artigo vou te mostrar que estudar melhor é simples, desde que a gente saiba quais são e como usar as técnicas que realmente funcionam.
10 Técnicas Para Você Estudar Melhor
De acordo com um estudo recente, chamado “Improving Students’ Learning With Effective Learning Techniques”, publicado pelo periódico “Psychological Science in the Public Interest”, foram avaliadas as 10 técnicas de estudo mais comumente usadas por estudantes. Após o estudo, essas técnicas foram classificas pelos pesquisadores em Pouco Eficientes, Moderadamente Eficientes e Altamente Eficientes:
1) Pouco Eficientes
1.1. Destacar com marca-texto e sublinhar
Praticamente 100% dos estudantes têm o hábito de usar marca-texto ou de sublinhar partes do texto para aprender mais rápido. Porém essa técnica, apesar de ter sim utilidade nos estudos, apresenta algumas limitações.
A primeira delas é que as marcações devem ser feitas por você. Se um amigo te emprestar um material de estudo que ele já havia marcado e sublinhado, você não será beneficiado pelo esforço dele, pois é durante o processo de escolha da palavra ou frase a ser destacada que ocorre a fixação do conhecimento nas memórias de médio e longo prazo.
Outra limitação é a qualidade das marcações. Se você destacar ou sublinhar trechos que não são relevantes para a compreensão do texto, seus benefícios serão muito limitados. Isso porque o cérebro recorda com mais precisão os textos que foram marcados por você.
1.2. Releitura
Assim como o hábito de sublinhar, reler o texto é comum em muitos estudantes, porém esta prática se mostrou ineficiente.
É verdade que a cada vez que lemos um texto é comum percebermos novos fatos que antes não havíamos notado. O lado negativo é o tempo que se perde neste processo, que não justifica os benefícios de usá-la.
Assim como a maioria das técnicas, a releitura é muito válida quando usada no momento certo. Por exemplo, quando chega a hora de revisar o conteúdo estudado.
1.3. Fazer Resumos
Resumos bem feitos identificam os pontos principais do texto e capturam essência dele, além de eliminar partes irrelevantes ou repetitivas.
A classificação dos Resumos como uma técnica efetiva de estudo é algo muito difícil de medir, afinal resumir não é uma estratégia, mas sim uma família de estratégias, e cada pessoa resume do seu próprio jeito.
Por causa disso, resumir pode ser muito útil, mas também pode ser uma total perda de tempo, já que um resumo feito usando técnicas erradas não vai te ajudar em nada a estudar melhor.
O segredo para uma boa retenção está em saber como fazer resumos que realmente funcionem.
1.4. Usar mnemônicos para as palavras-chave
Resumidamente, usar um mnemônico para uma palavra-chave significa criar uma associação entre uma nova palavra que desejamos memorizar com alguma informação que já está em nossa mente.
Essa técnica funciona muito bem, porém para fins bem específicos, como por exemplo no ensino de idiomas, onde ela ajuda o aluno decorar novos vocabulários.
Por exemplo, se eu desejo decorar como se fala a palavra “paz” em inglês (Peace), eu faria uma associação entre algo que me lembra “paz” (uma pomba branca) com algo no meu vocabulário que me lembre da pronúncia de “Peace” (poderia ser “piscina”).
Então, basta eu criar um quadro mental onde imagino uma pomba branca nadando em uma piscina. Quanto mais absurdo a extravagante for a imagem, melhores serão os resultados.
E é aí que está a limitação desta técnica. Nem sempre é tão fácil usar as palavras-chave que estamos estudando para criar associações, principalmente quando o assunto envolve muitos termos técnicos ou conteúdos muito extensos.
1.5. Usar imagens mentais para a memorização de texto
Essa técnica consiste em irmos criando imagens mentais enquanto lemos um determinado texto. Teoricamente, a criação destas imagens aumentará a retenção do conteúdo, pois transforma o texto em um “filme” na sua cabeça. Porém na prática foram observados resultados pouco relevantes.
Por outro lado, se o aluno usar esta técnica não enquanto lê, mas sim enquanto ouve áudio livros ou assiste vídeo aulas, os ganhos de retenção serão muito mais significativos.
2) Moderadamente Eficientes
2.1. Interrogação elaborativa
A interrogação elaborativa usa “porquês” para ajudar os alunos a fazer conexões entre material novo e velho.
Uma boa variação desta técnica para aprender mais rápido é ensinada pelo Professor Renato Alves (campeão brasileiro de memória) no seu Curso de Memorização.
É o que ele chama de Confirmação, que consiste em você responder uma sequência de seis perguntas relacionadas ao texto.
São elas: O Quê (fato)? Quem (sujeito)? Quando (tempo)? Onde (local)? Como (modo)? Conclusão (final)?
Este processo força a sua mente a buscar a solução para estes questionamentos. Neste momento, novas sinapses serão formadas, iniciando o processo de fixação do conhecimento na memória de longo prazo.
2.2. Auto explicação
Quando o estudante fornece para si mesmo ou para outra pessoa as suas próprias explicações sobre o conteúdo estudado ele melhora consideravelmente seus índices de retenção da matéria.
Esta técnica ajuda a estudar melhor porque assim como ocorre na Interrogação Elaborativa, durante o processo de auto explicação o cérebro cria novas sinapses (conexões entre os neurônios) unindo a informação nova e os conhecimentos que ele já possuía anteriormente.
Como o Professor Renato Alves indica, o ideal é que pelo menos a cada capítulo estudado seja feita uma parada para realizar a auto explicação, pois assim o estudante irá perceber imediatamente se houve ou não alguma dúvida sobre o que ele acabou de estudar, e (agora sim) reler aquilo que não compreendeu.
O processo pode ser feito mentalmente, mas falar em voz alta auxilia potencializa os resultados, então se você está estudando em casa sozinho capricha no discurso!
O Silvimar Charlles usou essa técnica com maestria para ser aprovado em 13 concursos nos últimos anos.
2.3. Prática Intercalada
Essa dica é muito útil para as matérias de exatas que usam fórmulas. Para o cérebro aumentar a capacidade de resgatar a forma correta de resolver um determinado problema, o aluno deve primeiro estudar melhor todas as possibilidades e variações de aplicação das fórmulas, para só então resolver exercícios práticos.
Por exemplo, na Trigonometria existem algumas fórmulas diferentes, que são usadas ou não em determinados problemas.
Para o aluno saber qual fórmula deve ser usada, ele deve primeiro estudar todas elas para só então fazer exercícios.
Durante esta prática o cérebro estará criando as conexões necessárias para determinar qual fórmula se aplica no contexto da questão.
3) Altamente Eficazes
3.1. Testes Práticos
É verdade que quase ninguém gosta de testes, talvez porque nos lembramos dos tempos de escola, mas para você que tem como objetivo ser aprovado por uma boa faculdade ou passar naquele concurso público dos seus sonhos, fazer testes é a melhor forma de reter o conteúdo estudado.
Como já dizia aquele ditado, “A prática leva à perfeição”. E aqui qualquer tipo de prática está valendo. Pode ser revolver exercícios, fazer simulados, usar flashcards para testar seus conhecimentos, etc.
O importante é engatilhar o processo mental que é disparado no cérebro quando ele tenta resgatar uma informação desejada. Este processo de busca mental contribui para a gravação da informação nos sistemas de memória de longo prazo, o que facilita a sua recuperação em um momento posterior.
3.2. Prática distribuída
A prática distribuída fala de um princípio bem simples. Se você quer lembrar de uma informação apenas por pouco tempo, o ideal é usar intervalos de estudo da mesma forma pequenos.
E para uma informação ficar gravada por mais tempo, o ideal é espaçar este estudo ao longo deste tempo.
Por exemplo, vamos imaginar que você está começando a estudar hoje para um concurso que só tem previsão de acontecer daqui a dois anos, e você precisa que o conteúdo que você estudar hoje esteja ainda na sua memória ao final dos dois anos.
De acordo com o princípio da prática distribuída, o ideal é que você divida o conteúdo a ser estudado em fatias de 10 a 20% do tempo total, o que no nosso caso seria algo entre 2 e 4 meses.
Claro que ninguém vai começar a estudar hoje e só pegar no livro novamente daqui a dois meses, não é? Por isso minha sugestão é que você organize revisões mais completas nesta periodicidade.
Bom, como você já deve ter percebido, algumas técnicas sozinhas não te ajudam a estudar melhor. O truque é usá-las em conjunto com outras técnicas para produzir ótimos resultados.
Quer um exemplo?
Você pode usar o marca-texto para lembrar dos pontos que usará para fazer a auto explicação, depois anotar tudo em um resumo, que você vai reler nos intervalos da prática distribuída.
Percebeu como tudo se encaixa?
E com isso chegamos ao final do nosso artigo. Se o artigo te ajudou, aproveita para compartilhar com uma pessoa que está precisando estudar melhor!